Em 1974 uma ditadura de décadas ruía como um castelo de cartas, sob ação dos capitães do MFA cansados duma guerra infinita. Contra o conselho dos militares, que pretendiam uma mudança cautelosa de regime, o povo tomou as ruas e transformou o golpe numa revolução. Todas as conquistas políticas, económicas e sociais que ainda vamos usufruindo têm a sua origem nessa revolução e são resultado da luta da classe trabalhadora. O direito ao voto, o SNS ou a escola pública, o salário mínimo nacional ou o subsídio de desemprego, o direito ao divórcio, ao aborto ou os direitos LGBT não são “valores europeus”: são conquistas da luta da nossa classe contra os privilégios e a opressão dos capitalistas.
Hoje como ontem é necessário lutar pelos direitos da classe trabalhadora, também dos trabalhadores migrantes aos quais são negados direitos políticos, como o direito ao voto e a quem se quer vedar o acesso ao SNS ou às prestações sociais. Os trabalhadores migrantes são o setor mais explorado e oprimido da nossa classe: vivem, trabalham, pagam impostos, descontam para a segurança social, mas não têm direito a votar, permanecendo sem voz, sem representação e à margem das decisões que nos afetam a todos, também a eles.
Pelo direito ao voto para os trabalhadores migrantes!
Este apartheid a que querem sujeitar a classe trabalhadora imigrante só beneficia os patrões que lucram com a divisão da nossa classe. Os mesmos capitalistas que beneficiaram de décadas de fascismo, são os mesmos que beneficiam agora duma democracia de fachada que fica à porta das empresas, das escolas, dos nossos bairros ou das nossas vidas. Precisamos em Portugal dum novo Abril que, desta vez, leve a revolução até ao fim, derrubando o capitalismo e o Estado burguês. Para essa luta precisamos de unir e organizar a nossa classe, a classe trabalhadora, por cima das diferenças de género, religião, nacionalidade ou cultura e em torno dum programa comunista. Trabalhadores de todos os países, uni-vos!
Coletivo Comunista Revolucionário