“A união faz a força”. Toda a gente sabe! … Ou toda a gente deveria de saber. Ao fim de 2 meses, as manifestações de solidariedade com a Palestina regressam às ruas de Lisboa. E se escrevemos “manifestações” no plural é porque… haverá uma no sábado e outra no domingo!
“A união faz a força”, mas infelizmente a CGTPT, o CPPC e o MPPM, todos com fortes ligações ao PCP, marcham no sábado e a Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina, que junta vários coletivos da esquerda mais ou menos “alternativa” e que tem o apoio do Bloco de Esquerda, marcha no domingo.
Desconhecemos como têm sido as relações entre estes dois blocos de solidariedade que colaboraram no passado, mas aparentam estar agora muito pouco solidários entre si. Há uma convocatória tornada pública pela CGTP a 18 de Março e há um outro apelo público que é feito já no fim de Março pela PUSP para uma manifestação. Como se chega a 2 manifestações num mesmo fim de semana, algo que apenas pode dividir, confundir, fatigar e enfraquecer o movimento? A PUSP foi barrada de participar na manifestação já previamente convocada ou não se quis integrar nela? Ou decidindo marchar no sábado ao lado da CGTP, insistiu em organizar a sua própria marcha no dia seguinte? Quem assume, quem explica esta divisão?
Se combinaram assim… é simplesmente estúpido. Mas se nem combinado foi porque não conseguem ou querem (ou um dos organizadores não quer) reunir-se para convocar e organizar ( ao fim de 2 meses) uma grande ação de massas unitária em Lisboa… então é absolutamente criminoso. Enquanto o povo palestiniano está a ser vítima dum genocídio, anda a esquerda em Portugal a desbaratar o movimento de solidariedade com espúrios cálculos políticos e absurdos sectarismos para, ao fim do dia, todos defenderem os mesmos apelos às negociações e às soluções diplomáticas para a guerra e para a questão palestiniana que só podem ser resolvidas mediante a derrota do Estado de Israel às mãos, não apenas da resistência do povo palestiniano, mas pelo levantamento dos povos do médio oriente que substitua o atual pesadelo por uma federação socialista que una a classe trabalhadora por cima das diferenças de nacionalidade, religião ou outras.
Enfim, se nem sequer existem grandes diferenças programáticas entre eles, sobra o então o quê? Diferenças de estilo? Diferenças de egos? O sacrificado povo palestiniano merecia mais.