Há 46 anos atrás o Movimento das Forças Armadas, com o apoio dos trabalhadores portugueses, pôs fim à “longa noite fascista”, e derrotou a ditadura que perdurava há 48 anos em Portugal apesar da oposição generalizada ao regime que já há muito tempo ameaçava ruir.
Nos anos da ditadura a classe trabalhadora foi explorada como nunca antes. O desemprego e a mísera vida no interior empurrava os camponeses para a emigração para o estrangeiro ou para as cidades sobrelotadas, que se enchiam de bairros de lata, de doença e pobreza generalizada. As mulheres recebiam salários muitos inferiores aos dos homens, sem direito à maternidade, na sua maioria sem direito a voto, mesmo nas eleições fraudulentas. Qualquer oposição ao regime era abafada pela PIDE com exílio, prisão, tortura e morte.
A burguesia utilizou a ditadura como arma para destruir as organizações dos trabalhadores, aumentar a taxa de exploração e assegurar a exclusividade do mercado colonial.
Porém, o 25 de Abril de 1974, não representou somente o fim da ditadura senão também a inauguração de um intenso período revolucionário de 19 meses, onde as massas trabalhadoras entraram em cena. Mais do que o papel do MFA em derrubar o regime, foi a acção dos trabalhadores em luta, que fez o “25 de Abril”.
A formação de comissões de trabalhadores nas fábricas e empresas que sanearam os elementos afectos ao regime, que ocuparam fábricas e instituíram auto-gestão; as comissões de moradores que ocuparam edifícios para as famílias necessitadas, para criar creches públicas e associações culturais; os trabalhadores em greve que lutavam incessantemente por condições de vida dignas – esta é uma perspectiva raramente falada pelas classes dominantes ou pela comunicação social – é claro! Pretendem apagar esta memória de luta, onde os trabalhadores portugueses “estremeceram os céus”.
A rica história da revolução portuguesa deve servir de inspiração e reflexão para todos os trabalhadores na sua luta por uma vida digna!
Viva o 25 de Abril!
Viva a Revolução Portuguesa!
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