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Não às políticas militaristas do governo!

Nos últimos anos, temos presenciado um recrudescimento dos conflitos entre os Estados Unidos e a Europa, por um lado, e a China e a Rússia por outro lado. Isto tem provocado uma vaga militarista que chegou também a Portugal, e que se refletiu nos acordos do conselho de ministros da semana passada.

Portugal é um país imperialista de segunda categoria, dominado pelas grandes potências europeias e pelos Estados Unidos. A burguesia portuguesa, dependente e parasitária, sempre está pronta a contentar os seus amos. Portanto, após o início da guerra da Ucrânia, quando a NATO deu a palavra d’ordem de apoiar Kiev e aumentar o gasto militar, o governo de Costa não perdeu um instante para satisfazer estas exigências. Agora, o governo de Luís Montenegro está a esforçar-se por superar Costa na orgia militarista.

O conselho de ministros da semana passada, focado na defesa, anunciou aumentos no gasto militar de 120 milhões de euros. O objetivo deste esbanjamento é principalmente “atrair e reter os recursos humanos na área da Defesa Nacional”, ou seja, recrutar mais soldados para possíveis aventuras imperialistas no futuro. A guerra na Ucrânia está a demonstrar que nas guerras modernas não chega com drones, aviões e mísseis inteligentes, mas que continua a ser precisa a clássica carne de canhão para lançar as trincheiras inimigas. A alta patente militar já colocou a questão de reintroduzir o serviço militar obrigatório, mas, temendo a reação furiosa da juventude, logo recuou. Resta-lhes esbanjar fundos públicos para “atrair recursos humanos”. É curioso que a outra grande prioridade do governo, a polícia, também vai receber aumentos salariais que, segundo os planos do governos, suporão um custo anual de 210 milhões por ano. Certamente, as condições sociais dramáticas que a crise do capitalismo está a criar em Portugal explicam o desejo de Luís Montenegro de fortalecer e contentar o aparelho repressivo do Estado, que terá de “lidar” com as futuras explosões sociais.

É curioso que o governo não sinta a urgência de “atrair e reter” recursos humanos noutras áreas em dificuldade, como a educação ou o Serviço Nacional de Saúde. Por exemplo, o acordo alcançado entre Governo e Sindicatos para a reposição do tempo de serviço dos professores no tempo da troika vai ter um impacto bruto de 41 milhões este ano. O plano de emergência do governo para as primeiras consultas do SNS, em estado crítico, é de 250 milhões de euros. Em 2023, ainda com Costa no governo, o gasto militar cresceu por quase 14%, enquanto a despesa no SNS aumentou menos de um 10%. Em 2029, o Estado irá gastar um 2% do PIB na defesa, mais de três vezes mais em defesa do que no ensino superior! 

Nós comunistas opomo-nos a estes aumentos na despesa militar (e policial), que fazem parte da onda militarista reacionária que está a alastrar pelo mundo. Queremos hospitais e escolas, e não bombas e tanques! Contudo, alertamos também que estas despesas não são apenas uma “escolha ideológica” do governo, mas refletem a podridão do sistema capitalista. A crise do capitalismo leva ao acirramento dos conflitos interimperialistas, porque o “bolo” do mercado mundial diminui e, portanto, se agrava a luta pela sua partilha. Isto impõe o rearmamento como uma necessidade a todos os governos burgueses. Portanto, a nossa luta contra o militarismo e contra as guerras imperialistas é também uma luta contra o capitalismo.

Paz entre povos, guerra entre classes! 

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About Arturo Rodriguez (Colectivo marxista)

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