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Israel no banco dos réus: a mentira da “ordem baseada em regras” do Ocidente 

por Ben Curry 

Se permitirmos que um país grande intimide um menor, simplesmente o invada e tome seu território, então será uma época de caça aberta, não apenas na Europa, mas em todo o mundo.” Nesses termos,  o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, denunciou a invasão da Ucrânia pela Rússia em agosto do ano passado. No entanto, na quinta-feira – enquanto Israel imperialista armado com armas nucleares continuava a reduzir um pequeno enclave empobrecido a escombros – Blinken esteve ao lado de Netanyahu numa conferência de imprensa conjunta e prometeu solenemente: “Vocês podem ser fortes o suficiente para se defenderem por conta própria, mas enquanto a América existir, vocês nunca, nunca terão que fazê-lo sozinhos“. Sim, é “época aberta” na Palestina. 

Na Ucrânia, os imperialistas ocidentais posam como defensores de uma pequena nação. Hoje, na Palestina, as mesmas senhoras e senhores enviam porta-aviões para vigiar Israel enquanto este massacra um povo em grande parte indefeso. Na Ucrânia, todos os mísseis russos que atingem infraestruturas civis são denunciados como um “crime de guerra”. Hoje, o arrasamento de bairros inteiros em Gaza e o bombardeamento de escolas e hospitais são legítimas “autodefesas”. 

Tudo deve ser feito dentro do direito internacional“, explicou o lacaio da classe dominante britânica, Sir Keir Starmer, “mas não quero afastar-me dos princípios fundamentais de que Israel tem o direito de se defender“. 

Ah, sim, o “direito internacional”, a “ordem internacional assente em regras”. Estes marcam a linha ténue entre o Ocidente civilizado e os seus bárbaros inimigos – uma linha que a Rússia, dizem-nos, viola flagrante e frequentemente na Ucrânia. 

Nessa guerra, os políticos ocidentais contabilizaram todas as violações cometidas pelos russos – reais ou imaginárias – e compilaram-nas numa folha de acusação para ser levada ao Tribunal Penal Internacional. De acordo com o procurador-geral ucraniano, o número de crimes deste tipo ultrapassa já os 65.000. 

Os tribunais burgueses trabalham em toda parte com base na chamada “doutrina do precedente”. Bem, certamente nenhum defensor dos “valores liberais” se oporá se usarmos a doutrina do precedente e a folha de acusação elaborada contra Putin para ver qual é a posição de Israel em relação à “ordem internacional baseada em regras” e ao “direito internacional”. 

Ou talvez encontremos, como suspeitamos, que toda a conversa sobre “regras”, “direito internacional”, “valores liberais” e o resto não passa de mera fachada hipócrita para as políticas mais vis e predatórias do imperialismo. 

Crimes de guerra 

À medida que a guerra na Ucrânia se desenrolava, os políticos ocidentais e a imprensa não esperaram muito para rotular Putin de criminoso de guerra. Em primeiro lugar na lista de acusações: os russos visavam deliberadamente civis, uma prática proibida pela Convenção de Genebra de 1949. O Secretário de Estado dos EUA enumerou os seguintes alegados crimes: 

As forças russas destruíram prédios de apartamentos, escolas, hospitais, infraestruturas críticas, veículos civis, centros comerciais e ambulâncias, deixando milhares de civis inocentes mortos ou feridos. Muitos dos locais atingidos pelas forças russas foram claramente identificados como em uso por civis.” 

Isso foi um mês depois da guerra na Ucrânia. 

No entanto, poucas horas depois da campanha de Israel, o segundo edifício mais alto da cidade de Gaza – um bloco de apartamentos residenciais – foi destruído. Este foi apenas um prelúdio para a destruição de bairros inteiros. 

De acordo com o New York Times, a 10 de outubro – apenas dois dias após o bombardeamento – os ataques aéreos israelitas demoliram mesquitas, atingiram pelo menos dois hospitais, dois centros geridos pelo Crescente Vermelho Palestiniano e duas escolas onde os refugiados estavam amontoados. 

Após apenas duas noites de bombardeamento, 187.000 palestinianos foram deslocados – quase um em cada dez dos 2 milhões de habitantes de Gaza. 130.000 deles estão em escolas, os restantes com amigos. Não conhecemos os números mais recentes. 

Certamente o número de deslocados teria sido muito, muito maior se os habitantes de Gaza tivessem para onde ir. Netanyahu aconselhou doentiamente os habitantes de Gaza a fugirem, mas as FDI já haviam instituído um lockdown completo na Faixa de Gaza, sem que nada entrasse ou saísse. Combustível, alimentos e água foram cortados. 

E enquanto as pessoas tentavam fugir através da travessia de Rafah para o Egito, as FDI responderam bombardeando a travessia. 

A depravação de tudo isso é alucinante“, criticou o embaixador americano Michael Carpenter. “[Em primeiro lugar, eles] concordaram em abrir um corredor humanitário […] mas depois bombardearam a estrada de saída no momento em que os civis estavam em processo de fuga. É pura maldade.” Sim, ele protestou contra o bombardeio de um corredor humanitário… mas em Mariupol no ano passado!  

Quando Mariupol estava sitiada, quando os portos ucranianos do Mar Negro estavam sitiados, o imperialismo ocidental formou um único coro de denúncia. O Secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, o chefe da política externa da UE, e muitos, muitos outros, denunciaram-nos como “crimes de guerra”.  

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, explicou num tweet que “os ataques da Rússia contra infraestruturas civis, especialmente eletricidade, são crimes de guerra“. Mas um dia depois da única central elétrica de Gaza ter ficado sem combustível por causa do bloqueio, e as luzes se apagarem e a comida começar a estragar-se… a Presidente da Comissão da UE está numa viagem de “solidariedade” com o povo israelita e ainda não escreveu uma palavra no Twitter sobre a situação dos habitantes de Gaza. Não que ela não tenha tido tempo de entrar no Twitter, já que encontrou tempo em 10 de outubro para “condenar veementemente qualquer ato de destruição de infraestruturas críticas“… referindo-se a uma fuga num gasoduto entre a Estónia e a Finlândia! 

Seria em vão vasculhar o Twitter e os jornais em busca da condenação dos crimes hediondos contra os palestinianos por parte de Secretários de Estado, Embaixadores, Presidentes da UE ou dos EUA. 

E, no entanto, juridicamente falando, a tarefa do procurador deveria ser muito mais simples no caso de Israel. 

É sempre mais difícil fazer com que a acusação se mantenha quando o arguido nega as acusações de que é alvo. Os russos sempre negaram que tenham atingido intencionalmente alvos civis condenado civis à fome. O Governo israelita, pelo contrário, foi muito claro quanto ao facto: está a visar todos os habitantes de Gaza e não pede desculpa por tê-lo feito! Como explicou o Ministro da Energia israelita: 

Ajuda humanitária a Gaza? Nenhum interruptor elétrico será ligado, nenhuma boca de água será aberta e nenhum caminhão de combustível entrará até que os sequestrados israelenses sejam devolvidos para casa. E ninguém nos pregará moral.” 

Isto é muito claro, não é? Gaza está sitiada e todos os seus 2 milhões de habitantes são reféns. As suas vidas estão confiscadas, e os minutos vão passar até morrerem de fome (se não forem antes mortos por mísseis), até que todos os 150 israelitas raptados sejam libertados. 

O ex-primeiro-ministro Naftali Bennet colocou a coisa em termos bastante descarados na sua entrevista bastante confusa a um apresentador da Sky News. Referindo-se ao corte de eletricidade em Gaza, seu entrevistador perguntou: “E os bebês em incubadoras em Gaza cujo suporte de vida foi desligado porque os israelitas cortaram a energia?” 

Bennet rebateu: “Você está perguntando seriamente sobre os civis palestinianos? O que há de errado consigo?” 

Gritando por cima do seu entrevistador, que ousou mesmo colocar a questão de saber se deveríamos considerar poupar vidas palestinianas inocentes, Bennett comparou a campanha israelita ao famoso bombardeamento de Dresden, quando a Força Aérea Real usou deliberadamente dispositivos incendiários para criar uma tempestade que devorou a cidade e tirou 25 000 vidas civis. 

E por falar em armas incendiárias, na semana que passou, Israel usou fósforo branco em áreas densamente povoadas – e sim, isso também é um crime de guerra. 

Mais tarde, o Presidente de Israel, Isaac Herzog, deixou muito clara a sua atitude em relação aos palestinianos em Gaza. Eles são coletivamente culpados e, portanto, enfrentarão punições coletivas: 

Não é verdade esta retórica sobre os civis não [estarem] conscientes, não envolvidos. Não é absolutamente verdade. Podiam ter-se levantado, podiam ter lutado contra esse regime perverso que tomou Gaza num golpe de Estado.” 

À medida que estas linhas vão sendo escritas, o castigo coletivo que está a ser aplicado ao povo palestiniano está a aumentar exponencialmente. Hoje, o governo israelita deu a todos os 1 milhão de residentes no norte de Gaza – 50% de toda a população do enclave – um prazo: evacuar para o sul em 24 horas ou arriscar a sua vida. Os EUA deram todo o seu apoio aos israelitas que, como se vê, estão a deslocar todo um povo apenas para “salvar vidas”. É difícil encontrar sequer um precedente para tais crimes. 

O pior crime de guerra de todos 

Num ensaio de 2001, a historiadora belga Anne Morelli descreveu aquilo a que chamou os “dez mandamentos” da propaganda de guerra. O terceiro da sua lista diz o seguinte: “O líder do nosso adversário é inerentemente mau e assemelha-se ao diabo.” 

Ao construir apoio público para sua guerra por procuração na Ucrânia, o Ocidente não considerou suficiente acusar Putin e a Rússia de “crimes de guerra”. Não, em conformidade com este “mandamento”, para fazer Putin parecer um verdadeiro diabo, acusaram-no de cometer o pior crime de guerra, aquele que supera todos os outros e invoca comparações hitlerianas: o genocídio. 

Essa acusação em particular tem figurado fortemente na propaganda do Ocidente. Como Biden disse em abril de 2022: “Eu chamei isto de genocídio porque ficou cada vez mais claro que Putin está apenas tentando acabar com a ideia de ser-se ucraniano“. 

A alegação de genocídio é apoiada pelas justificações de Putin para a guerra, em que afirma que russos e ucranianos são um só povo, que não existe uma nação “ucraniana” separada, o que foi uma invenção bolchevique. Segundo Biden, isso constitui genocídio. 

Mais do que isso, autoridades russas foram citadas como referindo-se a funcionários do governo ucraniano como “baratas”. Esta linguagem, dizem-nos, é “desumanizante” e é, portanto, aparentemente, “genocida”. Muito francamente, seria difícil argumentar contra a descrição russa… aplicada aos funcionários ocidentais. Estes últimos, por sua vez, parecem não ter nenhum problema quando o exército e o governo ucranianos descrevem os soldados russos como “orcs”. 

Mas se quisermos uma linguagem realmente colorida  e desumanizante, remetemos os nossos leitores para o Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, que no primeiro dia do bombardeamento israelita de Gaza declarou: “Estamos a lutar contra os animais humanos.” E, mais uma vez, é claro, não foi feita a menor objeção no Ocidente, onde as classes dominantes reiteraram seu apoio total e eterno à ofensiva de Israel. 

O regime israelita deixou bem claro o que pretende. Trata-se de vingança: vingança coletiva contra todo o povo palestiniano. Um porta-voz oficial das FDI explicou ao Canal 13 de Israel  como isso poderá ser feito: “Gaza tornar-se-á uma cidade de tendas“. 

Enquanto isso, o deputado do Likud, Revital Gotliv, sugeriu o uso de armas nucleares para nivelar Gaza. Onde está o alvoroço entre as nossas senhoras e senhores democráticos no Ocidente? Onde está a preocupação com a humanidade que expressaram com tanto sentimento (aparente) na Ucrânia, quando os legisladores do partido no poder em Israel propõem eliminar milhões de pessoas com bombas nucleares? 

Ouçamos os planos de genocídio mais frios e cuidadosamente elaborados do atual Ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich. 

Em 2017, este encantador cavalheiro propôs um “plano decisivo” para lidar com o problema palestiniano – um plano que em todos os aspetos se assemelha à política do atual governo. Em primeiro lugar, apoiar plenamente uma política agressiva de colonatos na Cisjordânia. Em segundo lugar, aplicar violentamente esta política. Com base nisso, Smotrich fez uma previsão: “Os esforços terroristas árabes só aumentarão. Mas estes «esforços» são de saudar, porque Israel esmagará impiedosamente os palestinianos e o desespero instalar-se-á. A afirmação de que o anseio árabe por expressão nacional na Terra de Israel não pode ser ‘reprimido’ é incorreta. A solução dos dois Estados falhou (…)não há espaço na Terra de Israel para dois movimentos nacionais em conflito“. 

As aspirações nacionais do “povo palestiniano” (as citações assustadoras são de Smotrich) podem, vão e devem ser esmagadas. 

De qualquer forma, este é um apelo ao genocídio muito mais descarado do que qualquer coisa que tenha caído dos lábios de Putin, e forma a ideologia central da extrema-direita e dos elementos fascistas que sustentam o governo de Netanyahu. 

Onde está a denúncia do “genocídio” do Ocidente civilizado? É melhor esperamos sentados. 

Um olhar sobre Nagorno-Karabakh, que assistiu nos últimos meses a uma limpeza étnica completa da sua população arménia pelo Azerbaijão, diz-nos tudo o que precisamos de saber sobre a atitude dos governos ocidentais face a tais crimes contra a humanidade… quando são levadas a cabo pelos seus “aliados”. 

Numa coisa, porém, temos de concordar com Smotrich: com base no capitalismo, não pode haver “solução” para a questão israelo-palestiniana que não implique limpeza e destruição étnicas para o povo da Palestina. Uma parte significativa da classe dominante sionista quer claramente uma nova Nakba e está a trabalhar nesse sentido. 

Só uma intifada que se estenda muito para além da Palestina – uma revolução socialista para estabelecer uma federação socialista do Médio Oriente, derrubando o Estado sionista e os seus aliados regionais e apoiantes imperialistas internacionais – pode salvaguardar os direitos nacionais do povo palestiniano. 

Uma piada de mau gosto 

Abandonaremos aqui a conversa sobre a “ordem internacional assente em regras”. É uma piada de mau gosto por parte das potências ocidentais, e o que está a acontecer atualmente em Gaza não é de todo uma piada. 

Tudo fede a hipocrisia. Os acontecimentos que estão a desenrolar-se em Gaza devem deixar claro a todos, exceto aos deliberadamente cegos, que os imperialistas ocidentais estão totalmente insensíveis à violação dos direitos das “pequenas nações” e ao massacre de civis inocentes. Todas as suas justas reivindicações são ignoradas no altar dos seus interesses imperialistas. 

A fúria contra Putin é relativamente recente. Houve um tempo em que os imperialistas ocidentais pensavam que podiam manipular o homem do Kremlin, tal como manipularam o seu antecessor, Ieltsin. Mas o grande “crime” de Putin tem sido afirmar os interesses da classe dominante russa contra os do imperialismo ocidental: na Geórgia, na Síria e na Ucrânia. 

Nesse conflito, o regime ucraniano é uma mera marioneta, e o povo ucraniano é mera carne para canhão – como os próprios imperialistas ocidentais afirmaram explicitamente várias vezes. Nas palavras do ex-candidato presidencial republicano Mitt Romney: “Apoiar a Ucrânia enfraquece um adversário, aumenta nossa vantagem de segurança nacional e não requer derramamento de sangue americano“. 

Deixaremos também de falar de qualquer ponto de comparação entre a guerra na Ucrânia e o que se passa em Gaza. Não há comparação, embora Zelensky tenha inserido uma piada de mau gosto numa reunião da NATO na segunda-feira: a de que há uma equivalência entre a Ucrânia e Israel e entre a Rússia e o Hamas: “a essência é a mesma“. 

Nesta história de conto de fadas, a Ucrânia e Israel estão envolvidos numa luta maniqueísta do Bem e do Mal. A única coisa que a Ucrânia e Israel têm em comum é que ambos são postos avançados do imperialismo ocidental: ambos armados até aos dentes pelos EUA e pela NATO – mas enquanto um está envolvido numa guerra regular com um poderoso concorrente do imperialismo ocidental, o outro está numa guerra unilateral de vingança contra um indefeso e empobrecido povo, sem exército, marinha ou força aérea, sem uma economia propriamente dita, apenas com os meios mais primitivos de autodefesa à sua disposição. 

Israel tem significado para o Ocidente como bastião seguro para os interesses do imperialismo norte-americano numa região de importância estratégica histórica. Os imperialistas nunca deixaram de intervir na região, com os EUA lutando para estabelecer um firme estrangulamento, criando um inferno vivo para milhões de seres humanos. E, no entanto, apesar de seus esforços sangrentos, sofreu revés atrás de reveses nos últimos anos. Cada revés obriga-o a apoiar-se cada vez mais no seu aliado, Israel. 

A luta do povo palestiniano pela libertação é, portanto, vista pelas massas da região como uma extensão da sua própria luta contra o imperialismo. É por isso que a causa palestiniana goza de uma simpatia tão esmagadora entre os povos oprimidos do Médio Oriente e em todo o lado. Uma vitória dos palestinianos seria uma vitória de todos aqueles que, durante gerações, sofreram opressão, morte e destruição às mãos da força mais reacionária do planeta: o imperialismo norte-americano e os seus aliados regionais. 

Raramente a história humana conheceu uma barbárie tão assimétrica como a que estamos agora a assistir. Quando o exército russo lançou a sua ofensiva inicial em fevereiro de 2022, fê-lo com 200.000 soldados espalhados por uma frente de 1.000 km de comprimento. Em Israel, 380.000 reservas foram convocadas, além dos 200.000 soldados já destacados, para uma guerra contra um enclave do tamanho do concelho de Tomar. 

Este vasto exército – um dos mais avançados do mundo – enfrenta 40.000 homens, armados com armas ligeiras e dispositivos primitivos e improvisados. Em apenas seis dias, Israel lançou 6.000 bombas sobre Gaza. São tantos quantos os EUA lançaram num ano inteiro durante a guerra no Afeganistão. 

A máquina de propaganda ocidental pode tentar tudo o que quiser para transformar isto numa guerra de “autodefesa”, mas nem ela é capaz de milagres. Milhões já veem através da propaganda. Milhões de outros virão a vê-lo à medida que a barbárie do exército israelita aumenta na Palestina. 

Antes desta invasão, um indivíduo ingénuo, mas talvez bem-intencionado, poderia falar da necessidade de “diplomacia” para resolver o conflito israelo-palestiniano, da “comunidade internacional” exercer “pressão” sobre Israel para que respeite o “direito internacional”. 

Mas agora, a hipocrisia e a falsidade em torno das próprias palavras deixam um gosto amargo na boca. Quanto à “comunidade internacional” dos governos imperialistas ocidentais: neste momento, já deveria estar bem claro que eles são tão culpados, se não mais, pelo atual caos do que o próprio Estado de Israel. 

Para os defensores da causa da libertação palestiniana no Ocidente, a luta revolucionária contra a nossa própria classe dominante representa o único meio que pode ajudar a luta do povo palestiniano. Cabe à classe trabalhadora em cada país condenar e combater as suas próprias classes dirigentes criminosas. 

Intifada até à Vitória! 

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