A TMI condena repressão sobre deputado comunista israelita 

Tendência Marxista Internacional 

09 fevereiro 2024 

A Tendência Marxista Internacional condena a proposta de expulsão do comunista Ofer Cassif MK do Knesset (parlamento) israelita e protesta indignadamente contra a supressão dos direitos democráticos em Israel. 

Ofer Cassif é um dos principais membros do Partido Comunista Israelita (Maki) e um representante da coligação Hadash no Knesset. Em 18 de outubro, foi suspenso pela Comissão de Ética do Knesset por 45 dias, depois de ter acusado o Governo de levar a cabo a limpeza étnica dos territórios palestinianos. Por outras palavras, foi suspenso do Parlamento por dizer a verdade! Agora, o regime pressiona pela sua expulsão do Parlamento. 

O último ataque a Cassif foi lançado após ele ter assinado uma petição em apoio ao caso que a África do Sul apresentou no Tribunal Internacional de Justiça, acusando Israel de cometer genocídio em Gaza. Pouco depois de ter assinado esta petição, 85 deputados da coligação de extrema-direita no poder e da oposição dita “moderada” assinaram uma moção à Comissão da Câmara dos Representantes do Knesset, pedindo a sua expulsão. 

A verdadeira intenção por trás deste ataque à Cassif é clara: esmagar qualquer oposição dentro de Israel à guerra genocida que está realizando em Gaza  

Na terça-feira, 30 de janeiro, a Comissão da Câmara dos Representantes do Knesset votou por 14-2 para apoiar a moção de expulsão de Cassif, alegando que o seu apoio ao caso da África do Sul era “traição” e equivalia ao “apoio a uma luta armada” contra o Estado de Israel. A expulsão de Cassif será votada no Knesset em 19 de fevereiro, e precisa ganhar o apoio de 90 dos 120 membros do Knesset para ser aprovada. Considerando que 85 MKs já assinaram a moção de expulsão de Cassif, é altamente provável que Cassif seja expulso. 

A verdadeira intenção por detrás deste ataque à Cassif é clara: esmagar qualquer oposição dentro de Israel à guerra genocida que está a levar a cabo em Gaza e à limpeza étnica em curso dos palestinianos na Cisjordânia. O ministro da Segurança Nacional, de extrema-direita, Ben Gvir, deixou isso claro quando postou uma foto de outro deputado do Hadash, Ayman Odeh no X (Twitter) com o comentário: “next in line“. 

A também deputada do Hadash, Aida Touma-Suleiman, alertou que com o debate de terça-feira, os membros do Knesset estão a roer os restos de democracia” em Israel. 

Independentemente das nossas diferenças políticas com Casif e Hadash, apoiamos os seus direitos democráticos e oferecemos a nossa solidariedade na sua luta contra a repressão sionista. Comunistas e democratas consistentes em todo o mundo devem unir-se em apoio de todas as vítimas da repressão e protestar contra um flagrante ataque aos direitos democráticos básicos, que mostra não só a hipocrisia da democracia burguesa em geral, mas a podridão da “democracia” israelita em particular. 

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