ARA Belgrano 1982

A guerra das Malvinas de 1982: que lições para o conflito atual?

Há 40 anos atrás, Ted Grant escrevia sobre a guerra das ilhas Malvinas em que ambas as classes capitalistas na Argentina e da Grã-Bretanha hipocritamente a justificaram com sentenças como “independência nacional” ou “proteção dos habitantes do arquipélago”.

Mas na realidade, como explicou Ted Grant num panfleto editado em 1982, esta era uma guerra reacionária dos dois lados. O artigo completo pode ser consultado AQUI .

Contudo, pelos ensinamentos que encontramos hoje para abordar o atual conflito da Ucrânia, e sem menosprezo pela riqueza do conjunto do texto, salientamos a introdução artigo, aqui traduzido para português:

A guerra ente a Grã-Bretanha e a Argentina pelas ilhas Malvinas é um sintoma da crise capitalista. A crise económica internacional inaugurou uma nova época de perturbações, que significarão poderosos confrontos entre as classes e entre os Estados nacionais. A luta de classes interagirá com os conflitos internacionais, com uns e outros agravando-se mutuamente.

A atitude dos marxistas perante a guerra não pode ser ditada pelos horrores da guerra, pelo sofrimento e pela morte, ou pelo pesadelo das condições de vida impostas tanto a civis como aos soldados rasos das forças combatentes. A guerra apenas leva os horrores do capitalismo até aos seus limites mais extremos.

A nossa postura perante a guerra é determinada pelos interesses de classe daqueles que conduzem a guerra. Na época moderna, as guerras são determinadas pelo poder, lucro e prestígio das classes dominantes.

[…]

A classe trabalhadora de todos os países nada tem a ganhar com o capitalismo e as suas políticas, tanto na paz como na guerra. A guerra é a continuação da política por outros meios e, hoje em dia, a paz é a continuação da guerra por outros meios.

A posição dos marxistas é determinada pela irreconciliável oposição a qualquer guerra travada pela classe capitalista governante. A nossa atitude perante a guerra entre a Grã-Bretanha e a Argentina é determinada pelas classes que travam essa guerra. Tanto num lado como no outro são potentados capitalistas envolvidos, e por isso nós opomo-nos à guerra tanto da Grã-Bretanha como da Argentina

[…]

A posição dos marxistas não pode nunca ser determinada pela questão de quem começou a guerra. Os líderes reformistas, tanto de esquerda, como de direita, vivem obcecados com a definição do “agressor” com um meio para determinar o seu posicionamento. Isto conduziu os líderes trabalhistas para a posição de atrelados dos governos conservadores.

A questão decisiva é: que classe conduz a guerra e com que interesses? O método de apurar quem começou, quem atacou primeiro, é completamente vazio. Há imensos casos ao longo da história em que a guerra foi provocada por um ou outro poder. A nossa atitude é determinada pelos interesses de classe dos potentados envolvidos na guerra.

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